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Capítulo 1: Capítulo 1

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Vivian – Mas a Natureza é tão desconfortável. A relva é dura e incômoda e pegajosa, e cheia de medonhos insetos negros. Até o mais pobre trabalhador de Morris conseguiria fazer um assento mais confortável que o todo da Natureza consegue. A Natureza perde a importância perante a mobília da “rua que emprestou seu nome de Oxford”, como o poeta que amas tanto uma vez vilmente fraseou. Eu não reclamo. Se a Natureza tivesse sido confortável, o ser humano nunca teria inventado a arquitetura, e eu prefiro casas ao ar livre. Numa casa sentimos tudo em nossas próprias proporções. Tudo é subordinado a nós, modelado para nosso uso e prazer. O egoísmo em si, que é tão necessário para um sentido adequado de dignidade humana, é inteiramente o resultado da vida entre quatro paredes. Do lado de fora nos tornamos abstratos e impessoais. Nossa individualidade absolutamente nos deixa. E então a Natureza é tão indiferente, tão depreciativa. Sempre que estou andando no parque daqui sinto que não sou mais para ela que o gado que pasta no declive, ou a bardana que floresce na vala. Nada é mais evidente do que o ódio da Natureza pela Mente. Pensar é a coisa menos saudável no mundo, e as pessoas morrem disso tanto quanto morrem de qualquer outra doença. Por sorte, na Inglaterra pelo menos, o pensamento não está pegando. Nosso físico esplêndido como povo é inteiramente devido à nossa estupidez nacional. Eu só espero que sejamos capazes de manter esse grande histórico baluarte da nossa felicidade pelos muitos anos que virão; mas eu acho que estamos começando a ser super-educados; pelo menos todo mundo que é incapaz de aprender resolve ensinar – isso é mesmo até onde nosso entusiasmo por educação chegou. Enquanto isso, é melhor você voltar para sua fastidiosa e inconfortável Natureza, e me deixe para corrigir minhas provas.

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Capa do livro A Decadência da Mentira
Páginas: 42
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