O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 12: A Aventura de Abbey Grange Pág. 315 / 363

Talvez um homem que, como eu, tem conhecimentos e poderes especiais, seja encorajado a procurar uma explicação complexa quando defrontado com uma mais simples. É claro que essa questão dos copos deve ser um mero acaso. Bom, Hopkins, passe bem. Não vejo que lhe possa ser útil, pois parece ter resolvido o caso. Por favor, dê-me notícias quando prender os Randall e se se derem novos acontecimentos. Espero que em breve o possa congratular por mais um caso resolvido com êxito. Venha, Watson, creio que nos poderemos tornar mais úteis em casa.

Durante a viagem de regresso, percebi pela expressão de Holmes que estava profundamente intrigado com algo que observara. De vez em quando, e com um esforço propositado, punha de parte essa atitude e falava como se o caso fosse claro, mas depressa as suas dúvidas se voltavam a apossar dele e a testa franzida e o olhar abstracto mostravam que o seu pensamento se voltara a deter na cena da tragédia ocorrida na sala de jantar de Abbey Grange. Finalmente, num súbito impulso, no momento em que o nosso comboio saía lentamente de uma estação dos subúrbios, saltou para a plataforma, arrastando-me consigo.

- Desculpe, meu caro - disse, ao vermos as últimas carruagens do nosso comboio desaparecerem numa curva da linha -, desculpe se o torno vítima do que poderá parecer um mero capricho, mas juro-lhe Watson, que não posso deixar este caso nesta situação. Todos os meus instintos se opõem a que o faça. Está errado... está tudo errado... posso jurar que está tudo errado. E, no entanto, o relato de Lady Brackenstall é completo e a corroboração da criada adequada. Os pormenores eram bastante precisos. Que é que posso contrapor a isto? Apenas os copos de vinho.





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