O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 341 / 363

Olhou para mim profundamente espantado e arrancou-me o jornal das mãos. O parágrafo que eu estava a ler quando ele saltou da cadeira era este:

«ASSASSINIO EM WESTMINSTER

Um crime de natureza misteriosa foi cometido ontem à noite no nº 16 de Godolphin Street, uma das antigas e isoladas casas do século XIII entre o rio e a abadia, quase aos pés da grande Torre do Parlamento. Essa pequena, mas distinta, mansão foi habitada nos últimos anos pelo Sr. Eduardo Lucas, bem conhecido nos círculos da sociedade quer pela sua encantadora personalidade, quer pela merecida reputação que tem de ser um dos melhores tenores amadores do país. O Sr. Lucas era solteiro, tinha trinta e quatro anos e na sua casa viviam a Srª Pringle, uma governanta já idosa, e Mitton, seu criado pessoal. Esta deita-se cedo e o seu quarto fica no último andar da casa. O criado ausentara-se para visitar um amigo em Hammersmith. A partir das dez da noite, o Sr. Lucas esteve sozinho em casa. Aquilo que se passou durante esse tempo ainda não foi divulgado mas, à meia-noite menos um quarto, o guarda Barret, ao passar pela Godolphin Street reparou que a porta do nº 16 estava aberta: Bateu mas ninguém respondeu. Vendo luz na sala da frente, entrou no corredor, voltou a bater, mas novamente sem obter resposta. Abriu a porta e entrou. A sala estava em total desordem com os móveis afastados do seu lugar e com uma cadeira caída no centro da sala. Junto desta cadeira, e ainda agarrado a uma das pernas, jazia o desventurado dono da casa. Tinha sido apunhalado no coração e deve ter morrido imediatamente. A faca com a qual o crime foi cometido era um punhal curvo indiano, arrancado de uma colecção de armas orientais que ornamentava uma das paredes.





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