TELMO
- Não me hei-de lembrar?
JORGE
- Ficai aqui. Em nós saindo, puxai aquela corda que vai dar à sineta da sacristia; virá um irmão converso; dizei-lhe o vosso nome, ele ir-se-á sem mais palavra, e vós esperai. Fechai logo esta porta por dentro, e não abrais senão à minha voz. Intendestes.
TELMO
- Ide descansado.
CENA III
TELMO, depois o IRMÃO CONVERSO
TELMO
(Vai para deitar a mão à corda, pára, suspenso, algum tempo, e depois)
- Vamos: isto há-de ser. (Ouve-se tocar longe uma sineta; Telmo fica pensativo e com o braço levantado e imóvel.)
CONVERSO
- Quem sois?
TELMO
(estremecendo)
- Telmo Pais.
(O converso faz vénia e vai-se.)
CENA IV
TELMO
(só)
- Virou-se-me a alma toda com isto: não sou já o mesmo homem.