- Que querem eles? É embirração com o professor.. Política? O velho abanou a cabeça, espirrando:
- Não... É sempre assim, agora, em todos os cursos... Não querem ideias... Creio que queriam cançonetas, porcarias. Amor da troça.
Então, indignado, berrei: - Silêncio, brutos! E eis que um abortozinho, amarelado e sebento, de longas melenas, umas enormes lunetas rebrilhantes, se arrebita, me fita, e me grita:
- Sale maure! Ergui o meu tremendo punho serrano, - e o desgraçado, numa confusão de melenas, com sangue por toda a face, aluiu, como um montão de trapos moles, ganindo desesperadamente, - enquanto o furacão de uivos e cacarejos, e guinchos e silvos, envolvia o Professor, que cruzara os braços, esperando, com uma, serenidade, simples.
Desde esse momento decidi abandonar a fastidiosa Cidade - e o único dia alegre e divertido que nela passei, foi o derradeiro, comprando para os meus queridinhos de Tormes brinquedos consideráveis, tremendamente complicados pela Civilização, - vapores de aço e cobre, providos de caldeiras para viajar em tanques; leões de pele verídica rugindo pavorosamente; bonecas vestidas pela Laferrière, com fonógrafos no ventre...
E enfim abalei uma tarde, depois de lançar da minha janela, sobre o Boulevard, um adeus à Cidade:
- Pois adeuzinho, até nunca mais! Na lama - do teu vício e na poeira da tua vaidade, outra vez, não me pilhas.