Com o filho ao lado, Ulisses foi afugentando e matando todos os usurpadores e delapidadores da fortuna que lhe pertencia. Eumeu ajudava-os nessa obra de equidade, e não de vingança. As setas soltavam-se dos arcos e voavam. Voavam e silvavam pelo ar, e nunca se desviavam do alvo. Um a um, morreram ou fugiram todos os pretendentes, recebendo assim o castigo merecido. Só foram poupados, entre os estranhos que o palácio albergava, o poeta Fémio e o herói Medão.
O poeta - porque deliciava homens e deuses com a harmonia e a graça dos seus cantos. O herói - porque praticara em tempos acções admiráveis, que o tinham tornado digno de respeito. E ambos, afinal, porque nunca tinham auxiliado os pretendentes nas suas violências, brutalidades e rapinas.
Penélope assistira à luta com o coração apertado. Ulisses não lhe deixara ainda adivinhar quem era. Mas qual o guerreiro capaz de se bater por ela com tanto denodo e agilidade, tanta decisão e intrepidez no pensamento e no gesto? Só Ulisses, seu esposo bem-amado...