Odisseia - Cap. 4: A Tempestade Pág. 14 / 129

E, obscurecida, entristecida pelos nevoeiros e as nuvens, essa terra pareceu-lhe hostil como negro escudo de aço.

Ora Ulisses tinha um grande inimigo em Neptuno, deus do mar, que detestava todos quantos se atreviam a devassar-lhe os domínios.

Exactamente neste momento, Neptuno voltava de uma viagem que fizera ao povo distante dos Etiópicos. Mal viu a jangada de Ulisses cortando as águas e levada por um vento favorável, ficou desesperado. Ajunta as nuvens, agita o mar com o seu tridente - que é o ceptro que sempre o acompanha – e a terra e o mar envolve-os em espessas trevas. Não se via nada, nada! Tudo profunda cerração! O vento sul, o vento leste, o violento Zéfiro e Bóreas, - Bóreas, o tirano dos mares, - desencadeiam-se no ar e fazem de cada vaga uma montanha altíssima. Ulisses sente-se já sem força e sem coragem perante a fúria do temporal.





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