Odisseia - Cap. 6: O Cavalo de Pau Pág. 33 / 129

Foi rápida a consulta e mais rápida a decisão. Os actos de coragem de Ulisses narrados por Alcino, concitaram logo todas as simpatias. Um navio novo, tripulado por cinquenta e dois remadores, foi posto à sua disposição. E, terminados os preparativos da viagem, o rei convidou o conselho e os tripulantes do navio a assistir a uma festa de despedida que resolvera oferecer ao estrangeiro ilustre, a quem se deviam prestar homenagens e honras especiais. Ao mesmo tempo, mandou chamar o músico Demódoco, célebre pela sua divina e inigualável arte de poetar e cantar.

Demódoco era cego, mas a cegueira parecia que dava mais sentimento ao seu canto. Trouxeram-no pela mão, sentaram-no num banco marchetado de prata, contra uma coluna onde pendurou a lira. Comeu e bebeu primeiro. Pegou na lira em seguida e começou a cantar.

O que dizia e cantava ele? Coisas da guerra de Tróia, evocações daquela grande luta em que Ulisses tomara tão grande parte.





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