- Esteve ausente durante três horas - disse Holmes. - Saiu às seis e meia e agora regressou. Isso cobre um raio de quinze ou dezasseis quilómetros e ele fá-lo uma vez, por vezes duas, por dia.
- O que não é invulgar para um médico que exerce.
- Mas o Armstrong não é um médico que exerça regularmente. É professor e consultor, mas não gosta de ter doentes habituais que o afastem do seu trabalho literário. Então, por que é que ele faz estas longas viagens, que devem ser extremamente aborrecidas para ele, e quem é que vai visitar?
- O seu cocheiro...
- Meu caro Watson, acha que não foi ele a primeira pessoa com quem falei? Não sei se isso se deveu à sua própria natureza ou a instruções que o seu amo lhe deu, mas foi tão grosseiro comigo que até me atiçou o cão. No entanto, nem o homem nem o cão gostaram do aspecto da minha bengala e o assunto ficou resolvido. Depois disso, as nossas relações ficaram tensas e não foi possível obter quaisquer informações. Tudo o que descobri ficou a dever-se a um habitante local aqui no pátio da estalagem. Foi ele quem me contou os hábitos do médico e a sua viagem diária. E, nesse instante, para provar as suas palavras, a carruagem chegou à sua porta.
- Não a podia ter seguido?
- Excelente, Watson! Você está brilhante esta noite. Essa ideia de facto ocorreu-me. Como certamente reparou, há uma loja de bicicletas ao lado da estalagem. Foi para lá que corri, aluguei uma bicicleta e consegui pôr-me a caminho antes de perder a carruagem de vista.