JORGE
(de fora)
- Telmo, Telmo, abri, se podeis… abri já.
TELMO
(abrindo a porta)
- Aqui estou eu só.
MADALENA
(entrando desgrenhada e fora de si, procurando com os olhos todos os recantos da casa.)
- Estáveis aqui só, Telmo! E ele para onde foi?
TELMO
- Ele quem, senhora?
JORGE
(vindo à frente)
- Telmo estava aqui aguardando por mim, e com ordem de não abrir a ninguém enquanto eu não viesse.
MADALENA
- Aqui havia duas vozes que falaram; distintamente as ouvi.
TELMO
(aterrado)
- Ouvistes?
MADALENA
- Sim, ouvi. Onde está ele, Telmo? Onde está meu marido… Manuel de Sousa?
MANUEL
(que tem estado no fundo, enquanto Madalena, sem o ver, se adiantara para a cena, vem agora à frente)
- Esse homem está aqui, senhora; que lhe quereis?
MADALENA
- Oh, que ar, que tom, que modo esse com que me falas!…
MANUEL
(internecendo-se)
- Madalena… (caindo em si gravemente.