A Origem da Tragédia - Cap. 23: Capítulo 23 Pág. 138 / 164

Confuso, o nosso olhar procura o desaparecido: pois o que vê subiu como de um alçapão à luz dourada, tão pleno e verde, tão exuberante e vivo, tão ansioso e incomensurável! A tragédia se situa de permeio a esta superabundância de vida, dor e prazer, em encantamento celestial, ela atenta em uma canção longínqua, merencória — que fala das mães do ser, cujos nomes são: ilusão, vontade, dor. — Sim, meus amigos, acreditai na vida dionisíaca e na renascença da tragédia! O tempo do homem socrático passou: coroai-vos com heras, tomai em vossas mãos o bastão de Tirso e não vos admireis se tigre e pantera se deitam, acariciantes, a vossas pés. Ousai ser agora homens trágicos: vós sereis redimidos. Vós deveis guiar a marcha triunfal dionisíaca da Índia à Grécia! Armai-vos para combates rudes, mas acreditai nos milagres de vosso Deus!





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