A mulher de Jones olhou pela janela do quarto, viu o que acontecia, reuniu às pressas alguns haveres dentro de uma bolsa de pano e escapuliu da granja por outro caminho. Moisés levantou vôo do poleiro e bateu asas atrás dela, grasnando ruidosamente. Enquanto isso, os bichos haviam posto Jones e os peões para fora da granja, fechando atrás deles a porteira das cinco barras. E assim, antes de perceberem o que sucedera, a Revolução estava feita. Jones fora expulso e a Granja do Solar era deles.
Durante os primeiros cinco minutos, os animais mal puderam acreditar na sorte. Seu primeiro ato foi galopar pelos limites da granja, como para verificar se nenhum ser humano ficara escondido; depois correram de volta às casas da granja, para varrer os últimos vestígios do odiado império de Jones. O galpão dos arreios, no fundo dos estábulos, foi arrombado; freios, argolas de nariz, correntes de cachorro, as cruéis facas com que Jones castrava os porcos e os cordeiros, foi tudo atirado ao fundo do poço.