Correram todos para o local. Napoleão, que raras vezes abandonava seu passo normal à frente de todos, correu também. Sim, ali estava o moinho, o fruto de todas as suas lutas, rebaixado ao nível dos alicerces; e as pedras, que tão laboriosamente haviam levantado, espalhadas pelas redondezas. Impossível falar, de início; ali ficaram olhando tristemente à desordem das pedras caídas. Napoleão andava 1entamente de um lado para outro, em silêncio, ocasionalmente farejando o chão, aqui e ali. Seu rabicho se esticava e se sacudia energicamente, para lá e para cá, num sinal de febril atividade mental. De repente estacou, como se tivesse chegado a uma conclusão.
- Camaradas - disse lentamente -, quem é o responsável por isto? Sabem quem foi o inimigo que, na calada da noite, destruiu nosso moinho de vento? BOLA-DE-NEVE! - rugiu violentamente com voz de trovão. - Bola-de-Neve foi o autor disto! Com rematada maldade, pensando em destruir nossos planos e vingar-se de sua ignominiosa expulsão, esse traidor penetrou até aqui, sob o manto da escuridão, e destruiu nosso labor de quase um ano. Camaradas, neste local e neste momento, pronuncio a sentença de morte para Bola-de-Neve. Uma "Herói Animal, Segunda Classe" e meio balde de maçãs ao animal que lhe fizer justiça. Um balde inteiro a quem o capturar vivo!
Os animais ficaram chocadíssimos ao saberem que mesmo Bola-de-Neve fosse capaz de uma coisa daquela.