Eugène subiu rapidamente ao quarto do pai Goriot.
- Bianchon, o dinheiro do relógio?
- Está ali em cima da mesa, restam 360 e tal francos. Paguei com aquilo que me deram tudo o que devíamos. O reconhecimento para o Mont-Piété está debaixo do dinheiro.
- Tomai, senhora - disse Rastignac após ter com horror descido a correr as escadas -, fechai as nossas contas. O senhor Goriot não ficará muito tempo na sua casa, e eu...
- Sim, sairá com os pés para a frente, pobre velhote - disse esta, contando 200 francos, com um ar meio alegre, meio melancólico.
- Acabemos - disse Rastignac.
- Sylvie, dá os lençóis e ide ajudar esses senhores lá em cima...
- Não se esquecerá da Sylvie - disse a senhora Vauquer ao ouvido de Eugène -, há duas noites que não dorme.
Logo que Eugène virou as costas, a velha foi a correr ter com a cozinheira:
- Levai os lençóis passajados, número sete. Por Deus, sempre é bom de mais para um morto - disse-lhe ao ouvido.
Eugène, que já tinha subido algumas escadas, não ouviu estas palavras da velha hospedeira.