A Decadência da Mentira - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 3 / 42

Cyril- Escrevendo um artigo! Isso não é muito consistente depois do que acaba de dizer.

Vivian- Quem quer ser consistente? O beócio e o doutrineiro, as pessoas tediosas que seguem seus princípios ao fim amargo da ação, ao Reductio ad Absurdum (Redução ao Absurdi) da prática. Não eu. Como Emerson, eu escrevo sobre a porta da minha biblioteca a palavra “Capricho”. Além do mais, meu artigo é na verdade um saudável e valioso aviso. Se for seguido, pode talvez haver um novo Renascimento da Arte.

Cyril – Qual o assunto?

Vivian- Eu pretendo chamá-lo “A Decadência da Mentira: Um Protesto.”

Cyril- Mentira! Eu devia ter imaginado que nossos políticos continuaram com esse hábito.

Vivian- Eu lhe asseguro que não. Eles nunca sobem além do nível de deturpação, e até mesmo se rebaixam para provar, discutir, argumentar. Quão diferente do temperamento do verdadeiro mentiroso, com suas declarações francas, sem medo, sua soberba irresponsabilidade, seu saudável, natural desdém por qualquer tipo de prova. Afinal, o que é uma boa mentira? Simplesmente é sua própria prova. Se um homem é suficientemente sem imaginação para produzir prova para sustentar uma mentira, seria melhor se dissesse a verdade de uma vez. Não, os políticos não. Alguma coisa pode, talvez, ser apressada em favor da Ordem (dos advogados). O manto do Sofista caiu sobre seus membros. Suas falsas retóricas, árduas e irreais, são encantáveis. Eles conseguem fazer a pior parecer a melhor causa, como se tivessem acabado de sair das escolas Leontine, e tivessem sido conhecidos por arrancar





Os capítulos deste livro