- Graças de Deus que veio! Temia que tivesse desistido de desespero. Que é que hei-de fazer? Devo realizar o exame?
- Sim, sem dúvida que o exame se deverá realizar.
- Mas o patife?!
- Ele não fará o exame.
- Sabe quem é?
- Creio que sim. Se este assunto não é para ser tornado público, temos de assumir determinadas responsabilidades e resolvermos nós próprios a questão num pequeno julgamento privado. O senhor vai para ali, Soames! Watson, você aqui! Eu ficarei no cadeirão do meio. Creio que temos agora um ar suficientemente imponente para aterrorizar o culpado. Por favor; toque à campainha!
Bannister entrou e recuou com evidente surpresa e temor face ao nosso ar judicial.
- Se não se importa, feche a porta - disse Holmes. - Agora, Bannister, conte-nos a verdade sobre o incidente de ontem.
O homem ficou branco até à raiz dos cabelos.
- Já lhe disse tudo, senhor.
- Não tem nada a acrescentar?
- Absolutamente nada, senhor.
- Bom, então terei de lhe fazer algumas perguntas. Quando ontem se sentou naquela cadeira, fê-lo a fim de esconder qualquer objecto que indicasse quem é que tinha aqui estado?
O rosto de Bannister estava desfigurado.
- Não, senhor, claro que não.
- Foi apenas uma sugestão - disse Holmes, serenamente. - Admito francamente que sou incapaz de provar que assim foi. Mas parece-me altamente provável pois, assim que o Sr. Soames saiu, você deu a saída ao homem que estava escondido no quarto.
Bannister humedeceu os lábios secos.
- Não havia homem nenhum, senhor.
- Ah, que pena, Bannister. Até agora poderá ter falado verdade, mas sei que acabou de me mentir.