Falar Verdade a Mentir - Cap. 1: FALAR VERDADE A MENTIR Pág. 10 / 57

.. Tenho-lho encoberto até agora, mas se ele o chega a conhecer, acabou-se, nunca mais lhe perdoa. O meu pai é um negociante dos antigos, que leva a honra e probidade, a lisura e a verdade no trato, a um ponto de severidade que é quase rudeza... e Duarte é muito bom rapaz, não há dúvida; mas não sei se é distração se é doidice, tomou o costume de nunca dizer uma palavra que seja verdade.

JOSÉ FÉLIX - Percebo: tem viajado muito...

JOAQUINA - Não, mas é morgado, e de raça quase castelhana...

JOSÉ FÉLIX - Entendo, entendo: echelas usted más blandas.

JOAQUINA - E para além do mais, há seis meses que está em Lisboa...

JOSÉ FÉLIX - Onde todos os talentos se aperfeiçoam.

AMÁLIA - Enfim, meu pai declarou que à primeira mentira bem clara, bem provada em que o apanhasse, tudo estava acabado.





Os capítulos deste livro