A Vida Amorosa de Moll Flanders - Cap. 2: A vida amorosa de Moll Flanders Pág. 336 / 359

Por este serviço pediu-nos o capitão um carregamento de tabaco para o seu barco, o que comprámos imediatamente, e demos-lhe ainda um presente de vinte guinéus, que muito lhe agradou.

Não interessa pormenorizar aqui, por diversas razões, em que parte da Virgínia nos estabelecemos; basta mencionar que entrámos no grande rio Potomac, destino do navio, e que resolvemos estabelecer-nos aí, mas de- pois mudámos de ideias.

A primeira coisa que fiz, depois de desembarcarem todas as nossas mercadorias e de as guardar num armazém, que alugámos, juntamente com aposentos para residirmos, na pequena aldeia onde desembarcámos, a primeira coisa que fiz, dizia eu, foi informar-me acerca da minha mãe e do meu irmão (aquela personagem fatal com quem casei, como atrás contei minuciosamente). Vim a saber que Mrs.... (a minha mãe) morrera e que o meu irmão (ou marido) vivia ainda, o que, confesso, não me agradou muito. Mas, pior que tudo, vim a saber que se mudara da plantação onde vivera primitivamente comigo e vivia agora com um dos seus filhos noutra que ficava próxima do local onde desembarcáramos e alugáramos um armazém.

Ao princípio fiquei um pouco surpreendida, mas queria ter a certeza de que não me reconheceria e, além disso, sentia uma grande curiosidade de o ver, se pudesse fazê-lo sem ele me ver a mim. Com esse intuito, inda- guei onde ficava a sua plantação e, com a ajuda de uma mulher que contratei, dirigi-me para o local em questão, como se tencionasse apenas ver a terra. Por fim, aproximei-me tanto que vi a residência e perguntei à mulher a quem pertencia aquela casa. Respondeu-me que pertencia a um Fulano e, apontando um pouco para a direita, acrescentou:

- Ali está o dono da plantação com o pai.

- Quais são os seus nomes próprios?

- Não sei qual é o nome do senhor velho - respondeu-me a mulher -, mas o filho chama-se Humphrey e creio ser esse também o nome do pai.





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