A existência sob o raio de sol brilhante de tais deuses e sentido como o digno de ser ambicionado, e a verdadeira dor dos homens homéricos se refere à separação desta, principalmente à morte próxima: de modo que agora poderia dizer-se deles, invertendo a verdade silênica: “o pior para eles é a morte próxima, o pior em segundo lugar é o fato de terem de morrer alguma vez”. Quando a queixa se faz ouvir uma vez, então ela ressoa sobre Aquiles, que tão breve existência desfrutou, sobre os seres humanos que mudam e passam como as folhas, sobre o desaparecimento do tempo heroico. Nem para o maior herói é indigno o desejo de continuar vivendo, nem que seja como jornaleiro. Com tal ímpeto exige, no degrau apolínico, o “desejo” esta vida, tão unido se sente o ser homérico a ele, que mesmo o lamento se torna um seu canto de louvor.
Agora é necessário dizer que esta harmonia, contemplada tão ansiosamente pelo homem moderno, a unidade do homem com a natureza, à qual Schiller aplicou a palavra “ingênuo” , não é um estado tão simples, que por si mesmo se produza ou que é inevitável, que nós deveríamos encontrar no limiar de toda e qualquer cultura, como se fosse o paraíso da humanidade: isto somente se poderia crer numa época que procurava imaginar o “Emílio” de Rousseau como um artista e que pensava haver achado em Homero um tal artista Emílio, educado rente ao coração da natureza.