Odisseia - Cap. 4: A Tempestade Pág. 17 / 129

Na madrugada do terceiro dia, o vento caiu, a tempestade amainou, e Ulisses, do cume de uma vaga, abraçado ao lenho que o não deixava ir ao fundo, viu terra próximo. Finalmente!...

Tal como a alegria dos filhos que, de súbito, olham o pai quase moribundo voltar à vida depois de uma longa doença, assim foi a alegria do herói. Nadou então ardorosamente para chegar ao litoral.

Mas, ai! a costa eriçava-se ali de rochedos ásperos, de escolhos pontiagudos e, contra eles, o mar espirrava e ululava sinistramente. Inspirado por Minerva, lá escapou a ser despedaçado contra os penedos rudes: - avançou as mãos, agarrou-se firmemente ao primeiro rochedo, e ali tentou manter-se.

Eis que o refluxo das ondas o torna a levar para o largo. Teimoso, não desanima. Com sangue-frio extraordinário, resolveu nadar afastado da costa, sem se deixar levar, para junto dos penhascos, até que o destino lhe mostrasse um sítio mais acolhedor para tomar pé.





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