Odisseia - Cap. 4: A Tempestade Pág. 16 / 129

Mas Ulisses não abandona as tábuas, que flutuam. O pior, todavia, não passara ainda...

Uma onda maior levantou-se e caiu, redemoinhando, sobre a cabeça do pobre navegador. Desfaz-se a jangada em pedaços, as traves que a compunham-vai cada uma para seu lado. Não importa!

Ulisses despe os trajes encharcados, e agarra-se a uma das tábuas, cavalgando-a como a um corcel domesticado. Estaria perdido, porém, seria vítima do mar, da tempestade, da falta de alimentos e de água doce, se não pudesse breve apartar a uma praia calma.

No entanto a sua protectora, Minerva, não o olvidava nunca, e ao sabê-lo em tão angustioso transe correu em seu auxílio. Deteve a fúria dos ventos. Só Bóreas, o vento norte, ficou em liberdade, mas obediente e suave para aplacar a violência das ondas, e impelir Ulisses para a terra dos Feácios. Ainda o herói andou dois dias e duas noites no mar, receando a morte, fugindo à morte, vendo a morte a persegui-lo a cada instante.





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