Odisseia - Cap. 7: Polifemo e Ninguém Pág. 43 / 129

mortos, recomeçámos a viagem. Mas um vento furioso do Norte cai do céu. Tudo escurece. As velas rompem-se. Os navios são joguete do temporal. Fomos forçados a voltar a terra, onde, dois dias inteiros, esperando vãmente que a procela acabasse, nada pudemos fazer senão ficar estendidos na praia, aflitos e fatigados.

No terceiro dia, a tempestade amainou. Içámos as velas e partimos. O vento soprava de feição. Íamos enfim voltar, pensava eu, à doce Pátria distante...

«As correntes impetuosas, a agitação do mar e o vento desvairado atacam outra vez os meus barcos. Nove dias vogámos ao acaso. No décimo dia aproámos ao país dos Lotófagos. Desembarcamos, vamos buscar água e preparamos uma refeição substancial, para matar a fome. No justo desejo de reconhecer a terra, e saber se poderíamos descansar tranquilos, enviei três homens de confiança explorar os arredores. Mas logo lhes aparecem alguns dos indígenas, gente que se alimenta dos frutos deliciosos do loto, mágico fruto que, mal provado imediatamente escraviza quem o come à terra onde surge e medra a estranha planta Os Lotófagos dão-no a saborear aos meus três enviados. E estes, enfeitiçados pelo saboroso fruto, nenhum pensou mais em voltar aos navios





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