Odisseia - Cap. 13: Eumeu, o Feitor de Ulisses Pág. 99 / 129

Eumeu disse-lhe então que de tudo fora culpada a terrível guerra de Tróia. E lamentava-se da partida de Ulisses, e da impossibilidade, em que realmente acreditava, do seu regresso.

- «Ulisses não volta mais, - exclamava. - E eu que tanto lhe queria, que por ele faria de bom grado os maiores sacrifícios, eu, seu feitor e seu amigo, não sei senão chorar tão grande ausência e prantear a falta da sua autoridade que nos governava com justiça.»

- «Amigo, - respondeu então o paciente Ulisses, - não desanimes tão depressa. Ulisses talvez ainda apareça. Afirmo-te mais: - Ulisses voltará este ano, e vingará os ultrajes feitos a sua esposa, ao seu filho e ao seu nome...

Eumeu, surpreendido, olhava o hóspede com ar de dúvida. Ulisses, porém, inventou logo uma história muito complicada de navegação e naufrágios, em que descrevia a sua passagem em certa ilha, cujo rei, Acasto, lhe dera novas do célebre Herói de Tróia. Até acrescentou que Ulisses entregara vários tesouros a guardar a esse rei, enquanto, esperando que lhe preparassem navio para o retorno, fora consultar o oráculo de Dodona sobre o seu futuro. Estava, portanto, mais rico do que nunca...

Eumeu hesitava em acreditar em tão venturosa notícia.





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