Essas últimas palavras despertaram a condessa como por magia. Sorriu de um modo que surpreendeu a marquesa. Longe de testemunhar essa satisfação instintiva que qualquer mulher, por mais severa que seja, sente ao saber que há alguém infeliz por sua causa, o olhar de Júlia foi apagado e frio, O seu rosto indicava um sentimento de repulsa, quase de horror. Essa proscrição não era aquela que uma mulher amorável fulmina sobre o mundo inteiro em proveito de um único ente: ela sabe então rir e gracejar; não, Júlia tinha, nesse instante, a atitude de alguém que sente ainda a recordação de um perigo que a fez sofrer muitíssimo. A tia, convencida de que a sua sobrinha não amava o sobrinho, ficou estupefata ao descobrir que também não amava outro. Tremeu ao ter de reconhecer em Júlia um coração desiludido, uma jovem a quem a experiência de um dia, de uma noite talvez, havia bastado para avaliar a nulidade de Victor.
- Se ela o conhece, tudo está dito - pensou -; o meu sobrinho virá talvez a sofrer os inconvenientes do matrimônio.