- Vamos mais depressa, meu pai! - dizia a moça com ar travesso, arrastando o velho. - Ouço os tambores.
- São as tropas que entram nas Tulherias - respondeu o velho.
- Ou que desfilam ... Vejo toda a gente voltar!- replicou a jovem com um mau-humor infantil que fez o pai sorrir.
- A parada só começa ao meio-dia e meia - disse o velho, quase correndo atrás da impaciente filha.
Vendo-se o movimento que ela imprimia ao braço direito, dir-se-ia que assim acelerava o passo. A sua mãozinha, bem enluvada, amarrotava impacientemente um lenço e semelhava-se ao remo de um barco que sulca as ondas. O ancião sorria por momentos, mas de vez em quando certa preocupação entristecia-lhe o rosto magro. Seu amor por aquela encantadora criatura tanto o fazia admirar o presente como temer o futuro. Parecia dizer intimamente: “Ela é feliz hoje; será sempre?”. Porque os velhos geralmente tendem a turvar com seus pesares o futuro dos jovens. Quando o pai e a filha chegaram ao peristilo do pavilhão em cujo topo flutuava a bandeira tricolor e por onde os passantes seguem do jardim das Tulherias para o Carrousel, os guardas