- A senhora não tem um instante a perder - disse o criado -; os prussianos, os austríacos e os ingleses vão fazer sua junção em Blois ou em Orleans...
Em poucas horas, a jovem condessa fez seus preparativos e partiu numa antiga sege que a tia lhe em prestou.
- Por que não vem conosco a Paris? - perguntou Júlia na despedida, beijando a marquesa. - Agora que os Bourbons voltam ao poder, encontraria lá...
- Sem esse regresso inesperado, teria ido da mesma forma, minha pobre criança, porque meus conselhos são necessários a você e a Victor. Vou, pois, preparar-me para encontrar-me com vocês brevemente.
Júlia partiu acompanhada pela sua criada de quarto e pelo velho militar, que galopava ao lado da sege, velando pela segurança da sua patroa. À noite, quando chegaram ao ponto onde deviam trocar os cavalos, um pouco adiante de Blois, Júlia, inquieta por ouvir um carro que a seguia desde Amboise, pôs-se à portinhola, a fim de ver quais eram os seus companheiros de jornada. A claridade da lua permitiu-lhe avistar Artur de pé, a três passos de distância, com os olhos fixos na sege. Os seus olhares encontraram-se. A condessa recuou vivamente para o fundo da carruagem, mas com um sentimento de medo que a fez palpitar. Como a maior parte das jovens realmente inocentes e sem experiência, via uma falta no amor que involuntariamente inspirara a um homem.