A Decadência da Mentira - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 11 / 42

.” Contudo, meu querido Cyril, não mais o deterei. Eu bem admito que os romances modernos têm bastantes pontos positivos. Só insisto que, como classe, são bem ilegíveis.

Cyril – Isso é certamente uma qualificação bem grave, mas devo dizer que acho-o bastante injusto em algumas de suas críticas. Eu gosto de The Deemster, e The Daughter of Heth, e Le Disciple, e Mr. Isaacs, e quanto a Robert Elsmere, eu sou bem devotado a ele. Não que eu possa vê-lo como uma obra séria. Como uma exposição dos problemas que confrontam o cristão digno é ridículo e antiquado. É simplesmente Literatura e Dogma, de Arnold, com a literatura excluída. É tão atrasado quanto Evidências, de Pauley, ou o método de exegese bíblica de Colenso. Nem nada poderia ser menos impressionante que o desafortunado herói gravemente anunciando uma aurora que surgira tempos atrás, e seu verdadeiro significado se perde tão complemente que ele propõe continuar o negócio da velha firma sob o novo nome. Por outro lado, contém várias caricaturas inteligentes, e um monte de agradáveis citações, e a filosofia de Green prazerosamente adocica a chatice amarga da ficção do autor. Também não posso evitar de expressar minha surpresa por você não ter dito nada sobre os dois romancistas que está sempre lendo, Balzac e George Meredith. Certamente são realistas os dois?

Vivian – Ah! Meredith! Quem pode defini-lo? Seu estilo é caos iluminado por feixes de luz. Como escritor ele conseguiu dominar tudo, exceto a linguagem: como romancista ele consegue fazer tudo, exceto contar uma história: como artista ele é tudo, menos articulado.





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