O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 10: A Aventura do «Pince-Nez» Dourado Pág. 251 / 363

Ajudei-o a despir enquanto Holmes avivava a lareira colocando mais lenha.

- Agora, meu caro Hopkins, aproxime-se e aqueça os pés - disse. - Tem aqui um charuto e o médico tem uma receita que inclui água quente e limão, o que é um bom remédio numa noite como esta. É com certeza uma coisa importante a que o traz cá no meio de tal temporal.

- De facto é, Sr. Holmes. Garanto-lhe que tive uma tarde extremamente ocupada. Viu alguma coisa sobre o caso Yoxley nas últimas edições dos jornais?

- Hoje não vi nada posterior ao século quinze.

- Bom, era apenas um parágrafo e todo errado, portanto não perdeu nada. Não tenho estado parado. Passou-se em Kent, a uns dez quilómetros de Chatham e a quatro quilómetros e meio da linha férrea. Recebi o telegrama a chamar-me às 3:15, cheguei a Yoxley Old Place às 5, efectuei as minhas investigações, regressei a Charing Cross no último comboio e vim de carruagem directamente para aqui.

- O que significa, segundo creio, que não está absolutamente certo quanto ao seu caso.

- Significa que não percebo patavina. Tanto quanto consigo entender, é o assunto mais embrulhado que alguma vez tratei e, no entanto, inicialmente parecia tão simples que ninguém se poderia enganar. Não existe motivo, Sr. Holmes. É isso que me está a preocupar... não consigo determinar qualquer motivo. Tenho um homem, morto... isso é inegável, mas não consigo entender por que raio e que alguém lhe poderia querer mal.

Holmes acendeu o seu charuto e recostou-se na cadeira.

- Conte-nos o que se passou - disse.

- Tenho os factos bem claros - disse Stanley Hopkins. - O que agora quero saber é o que significam. A história, tanto quanto entendo, é esta: Há alguns anos, esta casa no campo, chamada Yoxley Old Place; foi alugada por um senhor idoso que dá pelo nome de professor Coram.





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