TELMO
- Pois vós?
ROMEIRO
- Eu… Vai, saberás de mim quando for tempo. Agora é preciso remediar o mal feito. Fui imprudente, foi injusto, fui duro e cruel. E para quê? D. João de Portugal morreu no dia em que sua mulher disse que ele morrera. Sua mulher honrada e virtuosa, sua mulher que ele amava… - oh, Telmo, Telmo, com que amor a amava eu! - sua mulher que ele já não pode amar sem desonra e vergonha!… Na hora em que ela acreditou na minha morte, nessa hora morri. Com a mão que deu a outro riscou-me do número dos vivos. D. João de Portugal não há-de desonrar a sua viúva. Não, vai; dito por ti terá dobrada força: dize-lhe que falaste com o romeiro, que o examinaste, que o convenceste de falso e de impostor… dize o que quiseres, mas salva-a a ela da vergonha, e ao meu nome da afronta.