MADALENA
- Sonhar, sonhas tu acordada, filha! Que, olha, Maria, imaginar é sonhar, e Deus pôs-nos neste mundo para velar e trabalhar, com o pensamento sempre nele, sim, mas sem nos estranharmos a estas cousas da vida que nos cercam, a estas necessidades que nos impõe o estado, a condição em que nascemos. Vês tu, Maria, tu és a nossa única filha, todas as esperanças de teu pai são em ti…
MARIA
- E não lhas posso realizar, bem sei. Mas que hei-de eu fazer? Eu estudo, leio…
MADALENA
- Lês de mais, cansas-te, não te distrais como as outras donzelas da tua idade, não és…
MARIA
- O que sou… só eu o sei, minha mãe… E não sei, não, não sei nada, senão que o que devia ser