MARIA
- Pois sim; tendo-me tanto amor, que nunca houve outro igual, estais sempre num sobressalto comigo?…
MADALENA
– Pois se te estremecemos!
MARIA
- Não é isso, não é isso; é que vos tenho lido nos olhos… Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!… e nas estrelas do céu também, e sei cousas…
MADALENA
- Que estás a dizer, filha, que estás a dizer? que desvarios! Uma menina do teu juízo, temente a Deus… não te quero ouvir falar assim. Ora vamos: anda cá, Maria, conta-me do teu jardim, das tuas flores. Que flores tens tu agora? O que são estas? (Pegando nas que ela traz na mão.)
MARIA
(abrindo a mão e deixando-as cair no regaço da mãe)
- Murchou tudo… tudo estragado da calma… Estas são papoulas que fazem dormir; colhi-as para as meter debaixo do meu cabeçal esta noite; quero-a