Frei Luís de Sousa - Cap. 1: Acto Primeiro Pág. 7 / 122

É a minha única filha; não tenho… nunca tivemos outra… e, além de tudo o mais, bem vês que não é uma criança… muito… muito forte.

TELMO

- É… delgadinha, é. Há-de inrijar. É tê-la por aqui, fora daqueles ares apestados de Lisboa; e deixai, que se há-de pôr outra.

MADALENA

- Filha do meu coração!

TELMO

- E do meu. Pois não se lembra, minha senhora, que ao princípio era uma criança que eu não podia… - é verdade, não a podia ver: já sabereis porquê mas vê-la, era ver… Deus me perdoe!… nem eu sei… E daí começou-me a crescer, a olhar para mim com aqueles olhos… a fazer-me tais meiguices, e a fazer-se-me um anjo tal de formosura e de bondade, que - vedes-me aqui agora, que lhe quero mais do que seu pai.

MADALENA

(sorrindo)

- Isso agora…

TELMO

- Do que vós.

MADALENA

(rindo)

- Ora, meu Telmo!

TELMO

- Mais, muito mais.





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