TELMO
- É… delgadinha, é. Há-de inrijar. É tê-la por aqui, fora daqueles ares apestados de Lisboa; e deixai, que se há-de pôr outra.
MADALENA
- Filha do meu coração!
TELMO
- E do meu. Pois não se lembra, minha senhora, que ao princípio era uma criança que eu não podia… - é verdade, não a podia ver: já sabereis porquê mas vê-la, era ver… Deus me perdoe!… nem eu sei… E daí começou-me a crescer, a olhar para mim com aqueles olhos… a fazer-me tais meiguices, e a fazer-se-me um anjo tal de formosura e de bondade, que - vedes-me aqui agora, que lhe quero mais do que seu pai.
MADALENA
(sorrindo)
- Isso agora…
TELMO
- Do que vós.
MADALENA
(rindo)
- Ora, meu Telmo!
TELMO
- Mais, muito mais.