JORGE
- Haverá duas horas que entrei na sua câmera, e estive ao pé do leito. Dormia, e mais sossegada da respiração. O acesso de febre, que a tomou quando chegaram de Lisboa e que viu a mãe naquele estado, parecia declinar… quebrar-se mais alguma coisa. Doroteia e Telmo… pobre velho, coitado!… estavam ao pé dela, cada um de seu lado… Disseram-me que não tinha tornado a… a…
MANUEL
- A lançar sangue?… Se ela deitou o do coração! Não tem mais. Naquele corpo tão franzino, tão delgado, que mais sangue há-de haver? Quando ontem a arranquei d’ao pé da mãe e a levava nos braços, não mo lançou todo às golfadas aqui no peito? (Mostra um lenço branco todo manchado de sangue.) Não o tenho aqui… o sangue… o sangue da minha vítima?… que é o sangue das minhas veias… que é sangue da minha alma, e o sangue da minha querida filha! (Beija o lenço muitas vezes.