Manuel Maria Barbosa du Bocage, nascido em Setúbal no dia quinze de setembro de 1765, foi um poeta português conhecido pelas suas ferozes e hilariantes sátiras que incomodava de sobremaneira o poder instituído da época.
Neto do Almirante francês Gil Hedois du Bocage, e filho de José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora em Castanheira e Povos (durante o sismo de 1755). Sua mãe era sobrinha da célebre poetisa francesa, madame Anne Marie du Bocage, autora da tragédia «As Amazonas» e do poema épico «A Columbiada». A sua infância foi infeliz. O pai foi preso quando ele tinha seis anos e apenas saiu com a "viradeira", após a morte de D.José, já Bocage tinha 12 anos. A sua mãe falece quando ele tinha apenas 10 anos. Em 1781 alistou-se como voluntário no exército onde permaneceu até 1783. Nessa data foi admitido na Escola da Marinha Real onde fez os estudos regulares para guarda-marinha. Em 1786 embarcou como oficial da marinha e esteve no Brasil (Rio de Janeiro), Moçambique e, finalmente, na Índia portuguesa. Em 1789 embarcou para Macau.
Foi preso pela Inquisição e, na cadeia, aproveitou para traduzir diversos poetas franceses e latinos. Na década seguinte vive uma vida boémia e de aventura mas de alta produtividade literária. Passa a integrar a Nova Arcádia onde adopta o pseudónimo Elmano Sadino. Não tardou muito a escrever sátiras vorazes contra os confrades da Academia.
Foi em 1791 que vê publicada a primeira edição das «Rimas».
Esta foi também a época do célebre intendente da polícia, Pina Manique, que manda prender Bocage por atentado aos costumes. Esteve preso por mais de um ano e, quando saiu, alterou radicalmente o seu comportamento.
Bocage morreu no dia vinte e um de dezembro de 1805, vítima de um aneurisma.