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Capítulo 16: Capítulo 16

Página 136

- Justamente; dez contos de réis de hoje mesmo.

- Mas, senhor Álvaro, já empenhei minha palavra para com o senhor da escrava, dei passos para esse fim, e...

- Que importa!... diga que ela evadiu-se de novo, ou dê outra qualquer desculpa...

- Como, se é tão público que ela se acha em poder de V. S.ª ?...

- Ora!... isso é sua vontade, senhor Martinho; pois um homem vivo e atilado como o senhor embaraça-se com tão pouca coisa!...

- Vá, feito - disse Martinho depois de refletir um instante. - Já que V. S.ª tanto se interessa por essa escrava, não quero mais afligi-lo com semelhante negócio, que a dizer-lhe a verdade bem me repugna. Aceito a proposta.

- Obrigado; é um importante serviço que vai me prestar.

- Mas que volta darei eu ao negócio para sair-me bem dele?

- Veja lá; sua imaginação é fácil em recursos, e há de inspirar-lhe algum meio de safar-se de dificuldades com a maior limpeza.

Martinho ficou por alguns momentos a roer as unhas, pensativo e com os olhos pregados no chão. Por fim levantando a cabeça e levando à testa o dedo índice:

- Atinei! exclamou. - Dizer que a escrava desapareceu de novo, não é conveniente, e iria comprometer a V. S.ª que se responsabilizou por ela. Direi somente que, bem averiguado o caso, reconheci que a moça, que V. S.ª tem em seu poder, não é a escrava em questão, e está tudo acabado.

- Essa não é mal achada... mas foi um negócio tão público...

- Que importa!... não se lembra V. S.ª de um sinal em forma de queimadura em cima do seio esquerdo, que vem consignado no anúncio? direi, que não se achou semelhante sinal, que é muito característico, e está destruída a identidade de pessoa. Acrescentarei mais que a moça, por quem V. S.ª se interessa, vista de noite é uma coisa, e de dia é outra; que em nada se parece com a linda escrava que se acha descrita no anúncio, e que em vez de ter vinte anos mostra ter seus trinta e muitos para quarenta, e que toda aquela mocidade e formosura era efeito dos arrebiques, e da luz vacilante dos lustres e candelabros.

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Capa do livro A Escrava Isaura
Páginas: 185
Página atual: 136

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 8
Capítulo 3 16
Capítulo 4 25
Capítulo 5 27
Capítulo 6 34
Capítulo 7 43
Capítulo 8 54
Capítulo 9 63
Capítulo 10 72
Capítulo 11 81
Capítulo 12 91
Capítulo 13 102
Capítulo 14 111
Capítulo 15 122
Capítulo 16 132
Capítulo 17 141
Capítulo 18 146
Capítulo 19 154
Capítulo 20 163
Capítulo 21 171
Capítulo 22 178