Aconteceu que, quando me encontrava junto do portão da estalagem, uma mulher que já lá estava antes de mim, e cujo marido era o carregador da diligência para Barnet, observou-me e perguntou-me se esperava alguma das diligências. Respondi-lhe que estava à espera da minha ama, que seguia viagem para Barnet, e ela indagou quem era a minha ama. Indiquei-lhe o primeiro nome de mulher que me veio à cabeça, mas, ao que parece, havia uma família precisamente com esse nome e que morava em Hadley, logo a seguir a Barnet.
Durante um bocado não dissemos mais nada, mas, a certa altura, alguém a chamou de uma porta, um pouco longe, e ela pediu-me que, se aparecesse a diligência para Barnet, a fosse chamar à casa onde ia, que, creio, era uma cervejaria. Respondi prontamente que assim faria e ela deixou-me.
Mal se afastara, chegou uma moça com uma criança, toda ofegante e suada, e perguntou-me pela diligência de Barnet.
- É esta aqui - respondi-lhe.
- Pertence a essa diligência?
- Sim, minha querida. Que deseja?
- Lugar para dois passageiros - respondeu-me.
- Onde estão os passageiros, minha querida?
- Um deles é esta menina, que agradeço deixe esperar na diligência enquanto vou buscar a minha ama.
- Tem de andar depressa, minha querida, de contrário, os lugares podem-se esgotar - avisei-a.
A criada instalou a criança na diligência, mas continuou com o grande embrulho que levava debaixo do braço, pelo que lhe recomendei:
- Seria melhor pôr o embrulho na diligência.
- Não - redarguiu-me. - Tenho medo de que alguém o tire à menina.
- Deixe-mo ver, então; tomarei conta dele.
- Agradeço, mas tenha cuidado.
- Responderia por ele ainda que o conteúdo valesse vinte libras.
- Obrigada - volveu, entregando-mo e abalando.