Convencida da oportunidade dos meus conselhos; começou imediatamente a procurar meio de os pôr em prática, o que não foi nada difícil. Bastou-lhe contar, por alto, a história a duas mexeriqueiras da vizinhança para que a mesma se tornasse a conversa obrigatória da mesa de chá daquela parte da cidade e eu tomasse conhecimento dela em todas as casas onde entrava. Como se sabia da minha amizade com a jovem, perguntavam-me frequentemente qual era a minha opinião e eu confirmava a história, com as agravantes que me pareciam necessárias, e enegrecia quanto podia o carácter do pretendente. Por fim acrescentava, muito em segredo, o que as outras mexeriqueiras ignoravam: constara-me que ele estava em muito má situação; que precisava de uma fortuna para garantir os seus interesses no barco que comandava; que a sua parte na sociedade não estava paga e, se não a pagasse depressa, os armadores correriam com ele do navio e o comando passaria para o imediato, o qual estava disposto a pagar a parte que o capitão quisera para si.
Acrescentei, pois confesso que estava irritadíssima com o tratante, co- mo lhe Chamava, que ouvira um boato segundo o qual tinha uma mulher viva em Plymouth e outra nas Índias Ocidentais, coisa que todas sabiam não ser muito rara entre tal espécie de homens.
O resultado foi o que esperávamos, pois, passado pouco tempo, a jovem, cujos pais a governavam e à sua fortuna, ficou fechada em casa e os pais proibiram a entrada ao indivíduo.