Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: CAPÍTULO IX

Página 176
Outra satisfação do meu Príncipe era conhecer os nomes de todos os campos, as nascentes de água, e as delimitações da sua quinta.

- Vês acolá, para além do ribeiro, o pinheiral. já não é meu, é dos Albuquerques. E com a perene alegria de Jacinto as noites da serra, no vasto casarão, eram fáceis e curtas. O meu Príncipe era então uma alma que se simplificava - e qualquer pequenino gozo lhe bastava, desde que nele entrasse paz ou doçura. Com verdadeira delícia ficava, depois do café, estendido numa cadeira, sentindo, através das janelas abertas, a noturna tranquilidade da serra, sob a mudez estrelada do céu.

As histórias, muito simples e muito caseiras, que eu lhe contava, de Guiães, do abade, da tia Vicência, dos nossos parentes da Flor da Malva, tão sinceramente o interessavam que eu` encetara, para seu regalo, a crónica completa de Guiães, com todos os namoricos, e as façanhas de forças, e as desavenças por causa de servidões ou de águas. Também por vezes nos enfronhávamos com aferro numa partida de gamão, sobre um belo tabuleiro de pau-preto, com pedras de velho marfim, que nos emprestara o Silvério. Mas nada decerto o encantava tanto como atravessar as casas, pé ante pé, até uma saleta que dava para o pomar, e ai ficar encostado à janela, sem luz, num enlevado sossego, a escutar longamente, languidamente, os rouxinóis que cantavam no laranjal.

<< Página Anterior

pág. 176 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Cidade e as Serras
Páginas: 238
Página atual: 176

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 26
CAPÍTULO IV 41
CAPÍTULO V 62
CAPÍTULO VI 75
CAPÍTULO VII 88
CAPÍTULO VIII 105
CAPÍTULO IX 144
CAPÍTULO X 177
CAPÍTULO XI 188
CAPÍTULO XII 195
CAPÍTULO XIII 201
CAPÍTULO XIV 212
CAPÍTULO XV 220
CAPÍTULO XVI 223