Se na verdade és meu amigo, ajudar-me-ás a libertar-me desta excitação. - E que devo fazer?
- É muito fácil. Júpiter e eu vamos partir em expedição para as colinas do continente e precisamos do auxílio de uma pessoa de confiança. Tu és o único em quem confiamos. Sejamos ou não bem sucedidos, esta excitação em que agora me vês, desaparecerá.
- Só desejo ser-te útil- repliquei. - Mas queres dizer que esse escaravelho infernal tem alguma coisa a ver com a tua expedição às colinas?
-Tem, sim.
- Então, Legrand, é-me impossível cooperar num empreendimento de tal modo absurdo.
- Tenho muita, muita pena. Porque teremos assim de ir sozinhos.
- Ir sozinhos! O homem está doido, com certeza! Mas, espera, quanto tempo estarás ausente?
- Provavelmente toda a noite. Partiremos imediatamente e estaremos de regresso, aconteça o que acontecer, ao nascer do Sol.
- E dás-me a tua palavra de honra que, passado esse capricho, resolvido rodeada de oito ou dez carvalhos, aos quais dominava, assim como a todas as outras árvores das redondezas, pela beleza da folhagem e da forma, pelo porte dos seus ramos e pelo seu aspecto majestoso. Ao chegarmos a essa árvore, Legrand voltou-se para Júpiter e perguntou-lhe se seria capaz de trepar por ela. O velho pareceu ficar um tanto abalado pela pergunta e durante alguns segundos não respondeu. Finalmente aproximou-se do vasto tronco, caminhou lentamente em volta dele e examinou-o atentamente. Depois de terminar o exame, disse apenas:
- Sim, Massa, JuP t' epa a qual que' á'vo' e que haja no mundo.
- Então vamos a isso, senão daqui a nada é noite e não veremos bem.
- Até onde tenho de i', Massa? - perguntou Júpiter.
- Sobe primeiro ao tronco principal e depois digo-te onde hás-de ir.