O Escaravelho de Ouro - Cap. 1: O escaravelho de ouro Pág. 30 / 38

mensagem codificada

- Mas... - disse eu, entregando-lhe o documento -, por mim, estou tanto às escuras como antes. Mesmo que me dessem como prémio pela solução do enigma todas as pedrarias da Golconda, tenho a certeza de que seria incapaz de as ganhar.

- No entanto - disse Legrand -, a solução não é de forma alguma tão difícil como se pode imaginar depois de um exame rápido dos caracteres. Estes, como se compreende logo, constituem um código, ou seja têm um significado. Ora o que se sabe de Kidd não me permite supô-lo capaz de construir um criptograma complicado. Parti, pois, imediatamente do princípio que este era de uma espécie simples, mas que surgiria ao rude espírito do marinheiro como insolúvel sem uma chave.

- E conseguiste resolvê-lo.

- Facilmente; já resolvi outros dez mil vezes mais complicados. As circunstâncias e uma certa disposição de espírito fazem com que me interesse por estas adivinhas e duvido que o engenho humano possa construir um enigma que outro espírito humano não possa, com a aplicação suficiente, resolver. Desde que me aparece uma série de caracteres seguidos e legíveis, com pouca dificuldade lhes descubro o sentido.

»No caso presente (em todos os casos de escrita secreta) a primeira questão a resolver é saber em que língua o código está escrito, porque a solução, sobretudo nos códigos simples, depende e varia da riqueza particular de cada idioma. Em geral a única alternativa é a experiência (baseada nas probabilidades), ensaiando cada língua conhecida até se chegar à verdadeira. Mas com o criptograma em causa essa dificuldade estava desde o início afastada pela assinatura. O jogo de palavras com o nome de Kidd só é possível em inglês.





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