O Triunfo dos Porcos - Cap. 5: CAPÍTULO V Pág. 34 / 94

Os animais dividiram-se em duas facções que se alinhavam sob os slogans: "Vote em Bola-de-Neve e na semana de três dias" e "Vote em Napoleão e na manjedoura cheia". Benjamim foi o único animal que não aderiu a lado nenhum. Recusava-se a crer, tanto em que haveria fartura de alimento, como em que o moinho de vento economizaria trabalho. Moinho ou não moinho, dizia ele, a vida prosseguiria como sempre fora - ou seja, mal.

Além da disputa sobre o moinho de vento, havia o problema da defesa da granja. Eles bem sabiam que, embora os humanos tivessem sido derrotados na Batalha do Estábulo, poderiam fazer outra tentativa, mais reforçada, para retomar a granja e restaurar Jones. Tinham as melhores razões para tentar, pois a notícia, da derrota, se espalhara pela região e tornara os animais das granjas vizinhas mais rebeldes do que nunca. Como sempre, Bola-de-Neve e Napoleão não estavam de acordo. Segundo Napoleão o que os animais deveriam fazer era conseguir armas de fogo e instruir-se no seu emprego. Bola-de-Neve achava que deveriam enviar mais e mais pombos e provocar a rebelião entre os bichos das outras granjas. O primeiro argumentava que, se não fossem capazes de defender-se, estavam destinados à submissão; o outro alegava que, fomentando revoluções em toda parte, não teriam necessidade de defender-se. Os animais ouviam Napoleão, depois Bola-de-Neve e não chegavam à conclusão sobre quem tinha razão; á verdade é que estavam sempre de acordo com, aquele que falava no momento.

Por fim, chegou o dia em que os planos de Bola-de-Neve ficaram prontos. Na Reunião do domingo seguinte deveria ser posta em votação a questão de começar ou não o trabalho no moinho de vento.

Quando os animais se reuniram no grande celeiro, Bola-de-Neve levantou-se e, embora fosse interrompido de vez em quando pelo balido das ovelhas, expôs suas razões em favor da construção do moinho de vento.





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