Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 6: CAPÍTULO VI

Página 41
O transporte das pedras, uma vez quebradas, era relativamente simples. Os cavalos carregavam-nas em carroças, as ovelhas arrastavam blocos individuais, até mesmo Maricota e Benjamim atrelaram-se a uma velha charrete e fizeram sua parte. No fim do verão já haviam acumulado um bom estoque de pedras, e começou a construção sob a direção dos porcos.

Entretanto, o processo era demorado e laborioso. Frequentemente levavam um dia inteiro para arrastar uma pedra das maiores até o topo da pedreira, e às vezes, atirada pela borda, não quebrava. Nada se teria feito sem Sansão, cuja força parecia igual à de todos os outros bichos juntos. Quando a pedra começava a deslizar e os animais gritavam de desespero, ao se verem arrastados colina abaixo era sempre Sansão que retesava os cabos e continha a pedra. Vê-lo na faina da subida, palmo a palmo, com a respiração acelerada, os costados molhados de suor e as pontas dos cascos cravadas no solo, era coisa que enchia a todos de admiração. Quitéria às vezes recomendava-lhe que tivesse cuidado e não se esforçasse demais, mas Sansão não lhe dava ouvidos. Seus dois lemas "Trabalharei mais ainda" e "Napoleão tem sempre razão" pareciam-lhe resolver todos os problemas. Pediu a um dos galos que o acordasse três quartos de hora mais cedo, pela manhã, ao invés de meia hora. E nos momentos de folga, coisa que nos últimos tempos não sucedia muito amiúde, ia sozinho à pedreira, juntava um monte de pedra britada e puxava-o até o local do moinho de vento, sem ajuda de ninguém.

Os bichos não passaram muito mal aquele inverno, malgrado a dureza do trabalho. Se não dispunham de mais alimentos do que no tempo de Jones, também não tinham menos. A vantagem de só terem a si próprios para alimentar, sem os cinco esbanjadores seres humanos, era tão grande que compensava bem algumas faltas.

<< Página Anterior

pág. 41 (Capítulo 6)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Triunfo dos Porcos
Páginas: 94
Página atual: 41

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 9
CAPÍTULO III 17
CAPÍTULO IV 24
CAPÍTULO V 30
CAPÍTULO VI 40
CAPÍTULO VII 49
CAPÍTULO VIII 60
CAPÍTULO IX 73
CAPÍTULO X 84