..sim, desde o instante mesmo em que imaginamos a Revolução. - Ah, isso é diferente! - respondeu Sansão - Se o Camarada Napoleão diz, deve ter razão.
- Hum, esse é o verdadeiro espírito, camarada! - exclamou Garganta. Porém, todos notaram a olhadela feia que deu para Sansão, com seus olhos matreiros.
Depois virou-se para ir embora, mas se deteve e acrescentou de maneira impressionante:
- Alerto a todos os animais desta fazenda para que mantenham os olhos bem abertos. Temos motivos para pensar que alguns dos agentes secretos de Bola-de-Neve estão ocultos entre nós neste momento! Quatro dias depois, à tardinha, Napoleão mandou que os bichos se reunissem no pátio. Quando todos haviam comparecido, Napoleão emergiu do Casarão, ostentando ambas as suas medalhas (pois recentemente conferira a si próprio a "Herói Animal, ~- Primeira Classe" e a "Herói Animal, Segunda Classe"), com seus nove cachorros fazendo demonstrações à sua, volta e soltando rosnados que causavam calafrios nas espinhas dos animais. Estes se encolheram silenciosos em seus lugares, parecendo pressentir que algo horrível estava por acontecer.
Napoleão parou e dirigiu um olhar severo à assistência; depois deu um guincho estridente. Imediatamente os cachorros avançaram, pegando quatro porcos pelas orelhas e arrastando-os a guinchar, de dor e terror, até os pés de Napoleão. As orelhas dos porcos sangraram e o gosto do sangue pareceu enlouquecer os cachorros. Para surpresa de todos, três deles lançaram-se sobre Sansão. Este reagiu com um pataço que pegou um dos cachorros ainda no ar, jogando-o ao solo. O cachorro ganiu pedindo compaixão, e os outros dois fugiram, com o rabo entre as pernas. Sansão olhou para Napoleão para saber se devia liquidar o cachorro ou deixá-lo ir.