Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: CAPÍTULO IX

Página 82
Sansão nunca mais foi visto.

Três dias mais tarde, chegou a notícia de que havia falecido no hospital veterinário de Willingdon, a despeito de ter recebido todos os cuidados que um cavalo merece. Garganta veio dar a notícia. Presenciara, disse, os últimos momentos de Sansão.

- Foi a cena mais comovente de minha vida! - disse Garganta, erguendo a pata e deixando rolar uma lágrima. - Eu estava à sua cabeceira no instante final. Quase sem poder falar, ele sussurrou ao meu ouvido que seu único pesar era morrer antes de ver terminado o moinho de vento. "Para a frente, camaradas! Viva a Granja dos Bichos! Viva o Camarada Napoleão! Avante em nome da Revolução! Napoleão tem sempre razão." Estas foram suas últimas palavras, camaradas.

- A seguir, os modos de Garganta se transformaram. Caiu em silêncio por um momento e seus olhinhos deram miradas suspeitosas para os lados antes de prosseguir.

Chegara a seu conhecimento, disse ele, que um boato idiota e perverso circulara por ocasião da baixa de Sansão. Alguns animais haviam notado que na carroça que transportou Sansão estava escrito "Matadouro de Cavalos", chegando à conclusão de que Sansão estava sendo mandado para o carniceiro. Era quase inacreditável que um bicho pudesse ser tão estúpido. Com certeza, gritou ele indignado, sacudindo o rabicho e dando pulinhos, com certeza todos conheciam seu amado Líder, o Camarada Napoleão não? A explicação era muito simples. A carroça pertencera, antes, ao carniceiro, depois fora comprado pelo cirurgião veterinário, que ainda não apagara letreiro. Eis como se dera o engano.

Os bichos ficaram imensamente aliviados com isso. E quando Garganta continuou dando detalhes sobre a câmara mortuária de Sansão, o extraordinário cuidado que recebeu e os caríssimos remédios que Napoleão mandara comprar sem olhar o preço, desapareceram suas últimas dúvidas e a tristeza pelo camarada morto foi mitigada pela certeza de que, pelo menos, morrera feliz.

<< Página Anterior

pág. 82 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Triunfo dos Porcos
Páginas: 94
Página atual: 82

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 9
CAPÍTULO III 17
CAPÍTULO IV 24
CAPÍTULO V 30
CAPÍTULO VI 40
CAPÍTULO VII 49
CAPÍTULO VIII 60
CAPÍTULO IX 73
CAPÍTULO X 84