Capítulo 1: O PAI GORIOT
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- Mas nessa altura era ainda uma criança, tinha a sua idade, 21 anos. Acreditava ainda em alguma coisa, no amor de uma mulher, um monte de tontices nas quais nos vamos atolar, Teríamos lutado, não é verdade? Talvez me tivesse morto. Suponha que eu estivesse caído por terra, onde estaria você? Teria de fugir, ir para a Suíça, comer o dinheiro do papá, que não tem muito. Vou esclarecer-lhe, a posição em que se encontra, mas vou fazê-lo com a superioridade de um homem que após ter examinado as coisas daqui de baixo viu que só havia dois partidos a tomar: ou uma obediência estúpida ou a revolta. Não obedeço a nada, está claro? Sabe do que precisa, você, com o andamento que leva? Um milhão, e rapidamente; sem isso, com a sua cabeça tonta, poderíamos atirarmo-nos para o Sena, para ver se existe um ser supremo. Esse milhão, vou-lho dar - fez uma pausa olhando para Eugène. - Ah! Ah! Já está com melhor cara para com o seu papá Vautrin. Ao ouvir estas palavras, está aqui como uma rapariga a quem se diz: Até logo, e que se prepara lambendo os beiços como um gato quando bebe leite. Ainda bem. Vamos lá! A nós agora! Eis a sua situação, meu jovem. Temos, além, o papá, a mamã, a tia, duas irmãs (18 e 17 anos), dois pequenos irmãos (15 e 10 anos), eis a equipagem do navio. A tia educa as irmãs. O padre vem ensinar o latim aos dois irmãos. A família come mais papas de castanhas do que pão de milho, o papá poupa as calças, a mamã contenta-se com um vestido de Inverno e um de Verão, as nossas irmãs fazem como podem. Sei tudo, já estive no Sul. As coisas passam-se desta forma na sua casa, sei que lhe enviam 1200 francos por ano e a terra da família só dá 3000 francos. Temos um cozinheiro e um criado, tem de se guardar o decoro, o papá é barão. Quanto
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