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Capítulo 1: Capítulo 1

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E como ele tem sucesso! Ele não é totalmente sem poder. Realmente, às vezes, como em Germinal, há algo quase épico em sua obra. Mas sua obra é completamente errada, do começo ao fim, e errada não só no que se refere à moral, mas no que se refere à arte. De qualquer ponto-de-vista ético, é exatamente o que devia ser. O autor é perfeitamente verdadeiro, e descreve as coisas exatamente como acontecem. O que mais qualquer moralista pode desejar? Não temos simpatia alguma pela indignação moral de nosso tempo contra o Sr. Zola. É simplesmente a indignação de Tartufo por ser exposto. Mas do ponto-de-vista da arte, o que pode ser dito em favor do autor de L’assommoir, Nana e Pot-Bouille? Nada. O Sr. Ruskin descreveu certa vez os personagens dos romances de George Eliot como parecidos com as limpezas de um ônibus de Pentoville, mas os personagens do Sr. Zola são bem piores. Eles têm seus monótonos vícios, e ainda mas monótonas virtudes. O registro de suas vidas é absolutamente sem interesse. Quem se importa o que acontece a eles? Na literatura nós exigimos distinção, charme, beleza e poder imaginativo. Nós não queremos ser mortificados e enojados com o relato dos atos das ordens inferiores. O Sr. Daudet é melhor. Ele tem sagacidade, um toque leve e um divertido estilo. Mas ele recentemente cometeu suicídio literário. Ninguém pode se importar com Delobelle com seu Il faut lutter pour l’art (ele deve lutar pela arte), ou com Valmajour com seu eterno refrão sobre o rouxinol, ou com o poeta em Jack com seus mots cruels, agora que aprendemos com Vingt Ans De Ma Vie Litteraire que esses personagens foram tirados diretamente da vida real.

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Capa do livro A Decadência da Mentira
Páginas: 42
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