- Tem a certeza de que essa carta estava juntamente com as outras?
- Sim, reparei que estava.
- Quantas cartas é que Vossa Senhoria escreveu nesse dia?
- Vinte ou trinta. Tenho muita correspondência. Mas não acha que isso é irrelevante?
- Não inteiramente - disse Holmes.
- Pela minha parte - continuou o duque -, aconselhei a polícia a centrar a sua atenção no Sul de França. Já afirmei que não creio que a duquesa encorajasse uma acção tão monstruosa, mas o rapaz tinha ideias absolutamente erradas e é possível que tenha fugido para junto dela, ajudado e instigado pelo tal alemão. Creio, Dr. Huxtable, que regressaremos agora ao Hall.
Percebi que Holmes gostaria de lhe fazer outras perguntas, mas a atitude abrupta do duque mostrou que a entrevista terminara. Era evidente que, para a sua natureza intensamente aristocrática, esta discussão sobre os assuntos íntimos da sua família lhe era extremamente desagradável e que temia que cada nova pergunta lançasse uma luz ainda mais violenta sobre os cantos discretamente obscurecidos da sua história ducal.
Depois de o duque e o seu secretário saírem o meu amigo lançou-se imediatamente e com o seu característico entusiasmo na investigação do caso.
O quarto do rapaz foi cuidadosamente examinado e nada revelou a não ser a convicção absoluta de que só podia ter fugido pela janela. O quarto do professor de Alemão e os seus objectos pessoais também não nos deram qualquer nova pista. No seu caso, uma pernada de trepadeira cedera sob o seu peso e vimos, à luz da lanterna, a marca no relvado no sítio onde caíra de calcanhares. Essa única depressão na relva curta e verde era a única prova material que restava da sua inexplicável fuga nocturna.