O facto de vários homens de aspecto rude terem ido a Baker Street perguntar pelo capitão Basil fez-me entender que Holmes estava a trabalhar algures sob um dos seus numerosos disfarces e nomes falsos que ocultavam a sua famosa identidade. Holmes tinha pelo menos cinco pequenos refúgios em várias partes de Londres, onde podia mudar de personalidade. Não me falou do caso que estava a tratar e não era meu hábito forçá-lo a confidências. O primeiro indício positivo que me deu acerca do objectivo das suas investigações foi extraordinário. Saíra antes do pequeno-almoço e eu estava a tomar o meu quando Holmes entrou na sala, com o chapéu na cabeça e uma enorme lança de ponta farpada debaixo do braço, como se fosse um chapéu-de-chuva.
- Santo Deus, Holmes! - exclamei. - Não me diga que andou por Londres com essa coisa!
- Fui ao talho e voltei.
- Ao talho?
- E volto com um enorme apetite. Não há dúvida, meu caro Watson, da importância do exercício físico antes do pequeno-almoço. Mas aposto que não adivinha que tipo de exercício é que fiz.
- Nem sequer tentarei.
Holmes riu-se enquanto se servia de café.
- Se espreitasse para as traseiras da loja de Allardyce veria um porco morto pendurado num gancho no tecto e um cavalheiro em mangas de camisa a esfaqueá-lo furiosamente com a sua arma. Era eu essa pessoa cheia de energia e certifiquei-me de que, por mais força que exerça, não consigo trespassar o porco com um único golpe. Talvez queira tentar...
- Nem pense nisso. Mas por que é que fez isso?
- Porque me pareceu ter uma relação indirecta com o mistério de Woodman's Lee. Ah, Hopkins, recebi o seu telegrama ontem à noite e estava à sua espera. Entre e faça-nos companhia.