A nossa visita era um homem extremamente vivo, de trinta anos, que vestia um discreto fato de fazenda, mas cujo porte denunciava que era alguém que estava habituado a usar farda. Reconheci-o imediatamente como sendo Samuel Hopkins, um jovem inspector de polícia, cujo futuro Holmes tinha grandes esperanças. Ele, por sua vez, evidenciava a admiração e o respeito de um aluno pelos métodos científicos do famoso amador. Hopkins tinha a testa franzida e sentou-se com um ar profundamente deprimido.
- Não, obrigado, Sr. Holmes. Tomei o pequeno-almoço antes de vir. Passei a noite em Londres, pois vim ontem apresentar o meu relatório.
- E que é que relatou?
- O meu insucesso, Sr. Holmes, o meu absoluto malogro.
- Não fez quaisquer progressos?
- Nenhuns.
- Ora esta! Tenho de dar uma vista de olhos a esse caso.
- Ficar-lhe-ia extremamente grato se o fizesse, Sr. Holmes. Esta é a minha primeira grande oportunidade e estou de cabeça perdida. Por amor de Deus, dê-me uma ajuda
- Bom, acontece que já li todos os testemunhos existentes, incluindo o relato do inquérito, com bastante cuidado. A propósito, que acha da bolsa de tabaco que foi encontrada na cena do crime? Não acha que pode ser uma pista?
Hopkins mostrou-se surpreendido.
- Era a bolsa de tabaco do próprio homem. Tinha as suas iniciais na parte de dentro. E era feita de pele de foca... ele fora caçador de focas.
- Mas não tinha cachimbo.
- Não, Sr. Holmes, não encontrámos qualquer cachimbo. De facto, ele fumava muito pouco e no entanto podia ter tabaco para oferecer aos amigos.
- Sem dúvida. Só mencionei esse facto porque, se fosse eu que estivesse a investigar o caso, inclinar-me-ia para iniciar aí as minhas investigações.