»Vim aqui a Sussex com a intenção de falar com o comandante, mas foi nessa altura que se deu a sua terrível morte. Li uma descrição da sua cabina onde se afirmava que os velhos diários de bordo do seu navio ainda lá se encontravam. Apercebi-me de que se eu pudesse ler o que ocorrera no mês de Agosto de 1883 a bordo do Sea Unicorn talvez resolvesse o mistério do destino do meu pai. Ontem à noite, tentei consultar os diários de bordo, mas não consegui abrir a porta. Esta noite, voltei a tentar e consegui, mas verifiquei que as páginas correspondentes a esse mês tinham sido arrancadas do diário de bordo. Foi nesse momento que me vi vosso prisioneiro.
- É tudo? - perguntou Hopkins.
- Sim, é tudo. - Mas desviou os olhos ao falar.
- Não tem mais nada para nos dizer?
O jovem hesitou.
- Não, não há mais nada.
- Não veio cá antes de ontem à noite?
- Não.
- Então, como é que explica isto? - exclamou Hopkins, erguendo o bloco de notas incriminador com as iniciais do nosso prisioneiro na primeira folha e as manchas de sangue na capa .
O desgraçado ficou arrasado. Escondeu o rosto nas mãos, todo ele a tremer.
- Onde é que descobriu isso? - gemeu. - Não sabia onde estava. Pensei que o tivesse perdido no hotel.
- Chega - disse Hopkins severamente. - Tudo o mais que tenha a dizer, deverá dizê-lo em tribunal. Agora vem comigo para a esquadra. Bom, Sr. Holmes, agradeço-lhe a si e ao seu amigo terem vindo ajudar-me. Acontece que a vossa presença foi desnecessária pois eu teria levado o caso a bom termo sem a vossa ajuda, mas, de qualquer forma, estou-lhes grato. Mandei reservar-lhes quartos no Hotel Brambletye, portanto, podemos ir todos juntos até à aldeia.
